quinta-feira, 11 de outubro de 2007

... veneno

Doce ou salgado, pouco importa, a gente jamais se cansa, e come, come até demais, e sem parar, lembrando a comilança, título em português do apetitoso filme, la grande bouffe. Veneno adorável e companhia de tantas horas, amena e grandiosa, de aromas e sabores, texturas e cores, expressões e tensões, toques e conceitos, de distinção entre os homens (Bordieu?), conquanto a trazer felicidade no requinte e na simplicidade da mesma forma. Materias-primas a dedo, é quem prepara e quem prova e quem consome também; tudo num tempo, que não se coaduna com a torpe cronologia dos comuns. Parece o tempo dos afetos...! Bom isso: afeto e sabor, com amor e sabor, e tudo o mais. Só me falta a temperança. O tempero já me está ao dispor. À obra, pois!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Problema

O problema já o é nas letras que carrega, ou que o carregam. Ele o é para alguém. Problema é algo assim posto, vivido, imaginado, e que dá e passa feito cefaléia. Um problema é tudo; a montanha deles, nada. O cara com um problema só morre, enquanto que o da montanha sobrevive! Problemão. Probleminha. Problemas. Seja na física ou na filosofia (não dá no mesmo?)... Sem o problema não haveria a solução; tudo estaria solucionado, mas disso não teríamos a menor noção por desconhecer a dimensão do problema. Há problema antológico, ontológico, de todo tipo; os sem solução (ainda) e os insolúveis mesmo, que são a solução em si, sua própria e mais adequada solução, confundindo-se num amálgama ora famigerado, ora fulgurante. Haja vida, porque na morte... ó!