quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Olhôma

Olhei sim, porque já procurava fazia tempo uma tal perfeição; olhei, virei olho, até de tão perto olhei e por tanto tempo que achei defeitos onde então não houvera, e não deveria mesmo haver. Impressão (falsa) minha? Ilusão de ótica, de intenção, ou de perspectiva? Afinal, beleza perfeita existe? Não! O belo não é perfeito e o perfeito de belo nada tem. Olhar insaciável, perscrutador, doente?, paciente, e, que pena, só a buscar (ah, satisfação!) o erro, o arranhão, e a marca. Meu sintoma vagueia, ele cega e faz sonhar, sem que eu me aperceba de que esconde de mim - ele tenta, quiçá - mais do que imagino. Mas uma hora deixa de ter importância... Assim, preciso incentivar isso e pôr de lado o que deveria eu dominar, abandonar, ver deixar solta minha vida - os corpos todos livres.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Natal

Aí está o Natal, à porta dos corações; para alguns, das bocas; para mais alguns, dos bolsos; e há quem não ligue nem um pouquinho para isso. O Natal é uma festa essencialmente familiar, pois mesmo religiosa não vale e perde para as ações de graças da outra américa, a de lá de cima, ela mesma, com turkey (felizmente poupado) e tudo. Mas é bom que ao menos um dia no ano as famílias se reunam, que quem não tem família a seja com alguma ou una-se à natureza, que seja!, mas é de bom alvitre que assim se dê, que as pessoas se lembrem da vida, que as famílias dêem-se vida. A família pode até ser um grupo de amigos, antigos ou novos, quiçá improvisados! Certamente, nem que aconteça de se celebrar com um copo de refri e aquele cachorrão, ...um Feliz Natal!!!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Liberdade

Liberdade, um valor! A integridade da liberdade é inegociável sob todos os pontos-de-vista. Certamente, a liberdade "não tem preço", ...conquanto a sua conquista o tenha. Mas o limite é o da vida, não há alternativa imaginável. Por que a loucura dos livres não se apossa das pessoas e as leva à suavidade do viver? Preferimos então apenas sobre-viver, sobre uma fantasmagoria de alteridade, à qual não cessamos de pôr nomes? Cabe refletir e fazer escolhas, abrir os olhos e dar suporte a decisões, a responsabilidade de dizer e manter, abrir-se, romper barreiras, ousar, correr riscos, abandonar a segurança que, homicida implacável, aferra o ser humano a sua própria e tola mesmice. Falta o ar, sobra um imobilismo covarde. U'a morte, daí, vive só a aguardar chegue a outra...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Toque

Ah, o famigerado toque pirangueiro!... Uma verdadeira praga moderna e urbana, a revelar o descuido com os recursos alheios, ao mesmo tempo que a preservação dos, se é que eles existem ainda, próprios. De fato, e por todos os meios e modos, e de direito, não um toque de sabedoria, e de oportunidade, uma - digamos assim - saída, mas um repulsivo abuso. É pena! Mas o que é o toque pirangueiro (há quem não saiba o que é isso...)? Trata-se da prática de você querer falar comigo e daí me ligar, e logo desligar, sem tarifação nos três segundos que se passam; aí o trouxa aqui fica curioso e liga, e gasta, e descobre ser o trouxa de sempre! Há sobre isso música, comunidades do orkut - de amor e ódio -, só não há quem perceba que isso empobrece, ao invés de enriquecer...!