domingo, 27 de novembro de 2011

Educação temporal?

Instituições de ensino não vendem tempo: a hora/aula existe para que nela um determinado assunto ou parte dele seja abordado; o que se vende, pois, é saber acumulado, que se expõe, se disponibiliza numa atividade coletiva chamada aula. O docente não ganha senão pelas aulas dadas, mesmo chamado de horista ou mensalista - isto significa outra coisa... E ainda que seja ele medíocre, o aluno brilhante de uma aula tira tesouros; o professor brilhante não consegue sozinho afastar o aluno medíocre do que o caracteriza. Estudar é o que faz o aluno, e dá um trabalho danado, exige esforço e paciência, salvo os casos de genialidade. O problema da casa não é gestão deficiente, nem professores relapsos, mas o aluno que se recusa a estudar - mudam-se gerentes, trocam-se professores, mas o aluno é fundamental, até o reclamador; é ele que faz a instituição, que é lembrado e que lembra de tudo, até de matéria mal dada!

domingo, 20 de novembro de 2011

Enganos

A súplica não cessa e seu atendimento também não: "por favor, engane-me"/"pois não, permita-me então"/"pode deixar, eu mesmo o faço"... Quando não é, a pedido, ou por vocação mesmo, enganado, o próprio cara se engana e com um ar de certeza, uma sólida convicção - do tipo judicial -, que impressiona a qualquer incauto. As pessoas são boas, eu sou melhor ainda, o governo, o sistema, as empresas, as instituições, etc: o mundo todo é maravilhoso; ou resta ele satanizado se não me interessa, tangencia algo inconsciente, tem a ver com outros de quem não gosto ou sequer conheço. Mas o que é que é, afinal? Aquilo de que nos aproximamos no risco bem assumido da descoberta, da verificação in loco; ou então assumimos a ignorância tão comum e tão escamoteada que nos caracteriza. Mas sempre atentos, combinados?, ainda que ali, para que impressões, tendências, o que for, não nos logrem com tanta facilidade...

domingo, 13 de novembro de 2011

Mídia vã

A capacidade que temos de ser engodados pelos chamados meios de comunicação social corresponde aos anseios e esforços deles por fazer exatamente assim: retratar uma ilusão, dar forma à realidade, trazer a versão aceitável a quem lhes paga e que nos dê a sensação de que de tudo sabemos; tanto assim o é que cobramos tamanho saber dos outros ("você não viu isso no jornal x?", "a tv mostrou exatamente o que houve!") e repetimos algumas sandices repetidas as nauseam para este fim ("um absurdo esse dinheiro para família de presos..."). O ângulo, o corte, a edição, tudo gira a favor e na direção de fazer crer, ainda que na mentira mais deslavada, desde que midiática, como se isso lhe conferisse status de verdade. Cuidado, cidadãos, muito cuidado! Eduquem-se, leiam, reflitam; não se permitam idiotizar assim tão facilmente! Olho vivo em capturas, UPPs, políticos e seus divulgadores de ocasião! Esta mídia é, em tudo, vã!

domingo, 6 de novembro de 2011

Na goela

O ex-presidente Lula está com um tumor (câncer) na laringe - fato descoberto a tempo razoável para um prognóstico de cura bastante animador, sem ter que recorrer a uma cirurgia que poderia lhe prejudicar a emissão vocal. Pode acontecer com qualquer pessoa, e nenhuma pessoa quer isso para si ou os seus queridos. Questões envolvidas: o ódio e a piada; ambas muito próximas, diria até semelhantes. O ódio, da pessoa, de classe, político, seja qual for, é o afeto que revela um amor avesso, escamoteado, obscuro. A piada é um privilégio nosso ao nos depararmos com a desventura, a tragédia, o horror, que nos entristece ao fim da alma - é o choro avesso da nossa gente brasileira. Pronto! Está tudo aí. Pouco importa se ele, enfermo, vai se tratar no SUS ou no Sírio e Libanês, se o tumor é grande ou pequeno, o câncer agressivo ou manso. Lula está sim preocupado, mas feliz: ainda se fala dele, e com o "carinho" de sempre!...