terça-feira, 29 de setembro de 2009

No oo ovo

Ela fede
Porque não cede
Por causa da senilitude
E da inquietude
Porque fede
Ela não cede
Por causa da insistência
Porque tem demência
Ela cede sim
Porque é o fim

domingo, 27 de setembro de 2009

Di a a a iD

Um ser humano pratica atos considerados criminosos. Foge e agarra um outro ser humano, que, ao fazer sua refém, utiliza como escudo vivo. Chegam outros seres humanos, que já o perseguiam e a desconversa flui aos soluços, tomando rumo de vida ou morte. A granada que traz consigo pode explodir, matando vários seres humanos e ferindo outros tantos; o pino do artefato é tirado duas vezes e o caso daí não é mais senão de morte, porque não existe mais vida. E, então, um ser humano bem treinado para emergências assim dispara - a cabeça do ser humano é atingida de forma mortal, seca, sem chance de um "ah!". Fim de mais um drama, real, mas que os seres humanos assistentes aplaudem como se estivessem em meio ao espetáculo fátuo no que a realidade se transformou...

domingo, 13 de setembro de 2009

Fra g men to s

A velha era uma verdadeira vaca, daquelas vacas asquerosas, e de que a gente não tem a intenção de se aproximar; aspecto macilento, com aquele falso e dissimulado arzinho de riso, riso amarelado, entorpecido, até amanhecido...; mal encenado, também - riso de uso cotidiano, a enfeiar mais a sua feição, digamos assim, vacuum. E ela não se apercebia do ridículo de insistir no sonho que lhe era exclusivo, sonho besta, portanto, de haver alguma coisa sentimental entre ambos, ou seja, ela e aquele que decidira teimosamente perturbar. A teimosia nada tem de parentesco com a perseverança, pois a teimosia insiste burramente, na fantasia animal, como de uma vaca; insiste tal qual permite a boçalidade em ruminar, só, mais nada. Era, sim, uma vaca, e uma vaca velha e acabada, decrépita. Era...!