segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Férias

Claro, festas do fim de mais um ano! Época de muita alegria, de celebração, de encontros, uns exageros, e, também, de férias; para mim, certamente, ao menos até o dia 14 de janeiro. Pois bem, o blog com isso deixa por esses dias de ser diário e se torna eventual. Todos esperamos por um 2009 melhor, de lutas, é óbvio, mas mais de criatividade e garra, de responsabilidade. Há uma crise a vagar; e daí? O que não pode acontecer é a crise instalada em nós mesmos. Isso sim seria desastroso, péssimo, cruel. Listas, anseios, propósitos, etc...., que sobrevivamos, consigamos nos unir em torno do comum, superando diferenças para resolução do comum. Das particularidades, cada qual dê conta, e conte muito bem. Que tudo de que necessitemos logo encontremos em sobra. Logo!

domingo, 21 de dezembro de 2008

Po e sia s

você não presta
pior que sei
mas eu a adoro
douro adoço sorvo
em contínuo esforço
minha luta é vadia
e a vida é um dia
no qual você me guia
mas não me escuta
eu que me olvido
senão de um quê
um fio teso
que ata a você

sábado, 20 de dezembro de 2008

Ment...ira

E o ser humano, essa troça em forma de gente, coisa jeitosa, continua a mentir, a mentir deslavadamente, sem qualquer pudor, na "cara dura" mesmo, a imaginar, coitado, que ilude alguém, que os outros são todos idiotas. O cara consegue repetir frases que aprendeu ontem como se fossem suas e fruto de abissal sabedoria, proferindo-as com invejável propriedade, vaticínios de conselheiro experimentado; ele recheia, aumenta os diálogos, inventa-os até, alegando ter feito assim e assado, quando nem de perto isso se aproxima da realidade; passado para trás, ama sem ser amado, testa a testa e atesta sua ignorância afetiva. Como se olha no espelho e se deixa levar dominado pela própria imagem sobre ser mais do que é? Pobre diabo com ares de notabilidade e de rigor...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

2009

O que esperar do ano de 2009? Mais e menos, como sempre! Mais paz, mais prosperidade, mais seriedade, mais altivez, mais segurança, mais ética, tanta coisa... Menos conflitos, menos miséria, menos corrupção, menos lassidão, menos violência, menos hipocrisia, tanta coisa também. São sempre as mesmas contas, essas contas que não fecham, nessa pseudocontabilidade (e vai assim mesmo porque eu quero!). Isso!!! Querer. Ao invés de esperar, o que querer? Se eu quiser será melhor; nem mais, nem menos, mas melhor, por várias razões: terá que começar comigo - a primeira e fundamental, essencial! -, não será só para mim, vou me empenhar na execução, almejarei colher os frutos do que plantei. E se o querer não brigar, se for tal com o desejar, melhor ainda!...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Furo

Tanta coisa a fazer, e, de repente, adiada a escrita, foi-se a possibilidade de fazê-lo. Apareceu, então, o buraco, a falha, o furo. Refletimos tão pouco sobre isso! Não queremos, na realidade, saber nada de cuidar do problema que acomete a nossa humanidade cortada; questão comum aos que nascem, e morrem, e que se fizeram a poder sobreviver ingressar num ambiente linguageiro, no qual a morte, de tanto nos espreitar na palavra quebrada, na fala entrecortada ou interrompida, no gesto sem alvo, estabanado ou incompleto, no pensamento perdido, até no pesadelo, um dia, de cara conosco, nos acolhe a regressar ou a partir a outro campo, patamar. Sejam dadas graças pelo furo existir! Que intragáveis seríamos sem ele... E fim, por hoje!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Di a a a iD

Madonna escorregou e caiu no Maracanã, Rio de Janeiro? Mais! Quem ficou mesmo "de quatro", bem arreganhado à lua, foi o público. Pobres brasileiros...! Por que tanto deslumbramento? Por que justificar ganhos e exigências exorbitantes? Por que ver vantagem em exageros, manias, excentricidades, quando o herói é a pessoa mais comum - e não qualquer um! -, o que ganha mal, trabalha com afinco e ainda estuda ou se diverte no pouco, daí extraindo um prazer e uma alegria que não lhe serão jamais tiradas; anônimo, dá o melhor de si à família, ao país, mas não recebe em troca o suficiente. A sua recompensa melhor seriam as oportunidades, ainda tão negadas; essa é a sua "exclusãovidade"... E nesse país não existem artistas verdadeiramente estelares? Sim, ignorados por nossa torpeza!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ex tra s

Cai lenta a me olhar esguia chuva triste...
Noite de escuridão,
Noite de cão!
O foco de luz é público, vadio, balança
E seus raios esmaecidos tropeçam em minha retina sensível.
Desatinos..., destinos..., defenestrações...
Como pude vir parar aqui, neste antro,
Neste mísero espaço, imundo e sufocante?
Quarto de hotel!...
Quinto, sétimo, nono; tudo, menos quarto.
Aliás, décimo andar. Péssimo! E eu só desço
Por esses caminhos-corredores lúgubres, funestos,
A espreitar minha lida de espirais, escalas, réguas, prumos...
De quê lado da janela estou?
Ou preso nela, na vidraça poeirenta, com desenhos tortuosos
De meus dedos engordurados.
Pó que já não me sai, sujeira em minha pele curtida.
Lavo, lavo e a lava gruda, formam-se mais e mais
Grumos, formas,
Formas-pensamento, idéias de pavor...
Ah, é você???
Você existe mesmo? Aí, à porta;
Diga logo se é você ou vá também
Feito as demais ilusões que produzi a esmo,
Que encarnei, trouxe às entranhas, só para despir depois
Banhado em choro e suor na cama em que me arrependo
Desta vida conspurcada,
Arredia, lancinante, doente, terminal.
Tão noir, e que não cai..., afinal.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Di á logo s

[Ânus ou anos de casamento?...]
- Mas como você é insatisfeita! Deus me livre do inferno dessa casa. Nada nunca está bom o suficiente para você!
- Não é nada disso, apenas sou exigente, tenho meu modo de ser e daí quero ser respeitada.
- Você é uma histérica sem remédio possível, e que adora azucrinar a vida alheia – uma louca! Vou dar uma saída.
- Vá, vá respirar, e já vai tarde!
- Tarde mesmo, acredito; ainda mais vindo de você.
- A porta é a ser...
- Eu sei, secretária do demo, eu sei! Até depois.
- E o almoço?
- Coma-o todo infeliz! E vomite-o em seguida!!!

sábado, 13 de dezembro de 2008

No oo ovo

flores não
flores não
flores não
flores não
favor não enviar flores, não enviar, flores
favor não enviar flores, não enviar, flores
favor não enviar flores, não enviar, flores
flores não
flores não
flores não
flores não
flores não
flores não

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Po e sia s

minha vida é muito mais
que aprisionado
manter o coração também trancado
e as mãos a boca os pés
os olhos tudo
a querer ar livre
andar sobre as ondas
onde quer que o dia a tarde
a noite e a madrugada
levem leves a embalar
mil fantasias tristes
sobre a mesma realidade
num mundo de agir inacabado

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Di a a a iD

Uma vaca é objeto de ações violentas aqui em Curitiba (região metropolitana), isso a ponto de ter um chifre quebrado e outras barbaridades mais que não necessito arrolar. Por que tanto sadismo? Qual o motivo de maltratar-se um animal inofensivo? As pessoas estão assim: prontas, aptas, preparadas para a morte que as ronda. Não há lei; lei, o que é mesmo? A perversão anda solta a produzir estranhos gozos. E nós, como nos posicionamos diante de tantas ocorrências, nas quais a vida não tem mais sentido, valor, em que carece ela de apreço? Alguns pensam apenas em defender-se, salvar-se do mal a circular por aí. Perversão não é necessariamente igual a criminalidade, homicídio, etc. Contudo, donde sua incidência estruturante cada vez maior? Cabe, pois, verificar; sim, logo!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Di a a a iD

Aqui e acolá voltam a repetir-se ações tais que violam direitos humanos fundamentais - lamentavelmente confundidos com um ser estranho, que caminha de um lado para o outro. Estúpidos costumam até repassar o dito escutado de outros estúpidos: "O direitos humanos não vem aqui..." (sic)! A insegurança, dada a omissão de governos, já é desrespeito flagrante a toda a população, o pior deles, o mais vil e abjeto. Isso, contudo, não franqueia outras atitudes farpadas, além da imaginação a solta de que a todo momento alguém se desloca para cuidar dos direitos daqueles que erram no crime, uma espécie de plantonista bastante atento e expedito. Exigir das autoridades, nada; mais fácil satanizar o semelhante com ares vingadores, justiceiros. As pessoas militam contra si mesmas...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

No oo ovo

Dane-se...
Dane-se...
Dane-se...
Dane-se...
Dane-se...
Dane-se...
Dani, se você tão (me) iria bem eu fosse...
Dane-se...
Dane-se...
Dane-se...
Dane-se...
Dane-se...
Dane-se...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Po e sia s

cortina aberta e justo ali
o corpo que me inflama
que é todo ele a chama
a transformar o meu em si
sem receios medos tolos
verdadeiros previsíveis
não é possível o impasse
hoje a rompo e ouço passe
a cortina vã himenal
que desvirgino em sinal
de graça na primavera
para um desejar infindo
o que me der e me dera

domingo, 7 de dezembro de 2008

Di a a a iD

Sepultar a última ilusão ainda sobrevivente, a derradeira pura evanescência, a insistência teimosa de algo que capaz de ser entendido como perfeito, completo, absoluto, sem furo, sem a menor falta, e acabado; ...que tarefa difícil de realizar enquanto não se vê como são as cicatrizes que deixam, as marcas profundas, os sulcos daquilo que de tão bom jamais existiu de verdade, nem haverá, que tende a paralisar, estancar qualquer chance de desejar, que põe sob recalque o que pulsa e faz mumificar todo um corpo ainda vivo, que chega a cada célula para anular, tão-somente isso, anular a energia que ali permanece, dissipando-a - tarefa árdua, única e intransferível, penosa, mas para o bem, a sanidade, a fala plena, os dias ricos, abertos, de momentos tão reais, críveis...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Ex tra s

"Acontece e só", foi dito.O porto não exalava mais seu cheiro característico, atraente para uns e enjoativo a outros. Naquela tarde estivéramos juntos e, sem o saber, pela última vez. Viajaria para casa e lá voltaríamos a nos encontrar em dois meses, tempo apenas o suficiente para arrumar tudo, "arreglar la vida", e seguir ao novo, rumo a um amor que sempre sonhara viver, desde que me entendera por gente.Ela chegara assim e eu passava por lá. Havíamos nos dado bem, no acaso, como que por uma quimera, diria, e a realidade se transpusera em sonho... Realidade ou sonho? Ah, se eu pudesse escolher! Mil vezes o sonho, sonhar pela eternidade, viver por sobre as nuvens que ameaçam, que encobrem e sombreiam a realidade, que a inundam de tempestades a formar torrentes ou somem e a deixam esturricar à morte.O sol afundava célere para o horizonte e a embarcação logo iria partir; manobraria e lenta seguiria a singrar mar afora as ondas. Também meu coração se afogava nas que passavam, de emoção em emoção, vagalhões sobre um intelecto aturdido e sem função ali.Estava lá a acenar. Não! Como pensar em adeus? Nunca. Aquele sorriso indescritível lançara ferros em meu peito e meu corpo jazia entorpecido sob seu impacto derradeiro, em todos os sentidos, força definitiva que até então ignorava...O ataque fora já em águas internacionais; o alvo, equivocado; os erros (des)humanos... Manobras. Do navio que parte, da belicosidade obtusa, da desatenção, daquele portento que agora soçobra, inúteis e inúteis, da impotência que naufraga por ter que lançar fora as ilusões que me haviam tanto encantado, me alimentado mesmo, e que me faziam suportar, importar, transportar...O porto - o ponto de partida... e final.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

171... (C)

Bastante pertinente a questão oportunamente suscitada num presente comentário: e os crédulos? Ah, os crédulos... Estes não são necessariamente aqueles ingênuos seres inocentes, bonzinhos, quase que espiritualizados; ledo e rotundo engano! O crédulo é antes de tudo um duro, pétreo, e sem brechas, fendas, o próprio obturado. A sua segurança exige isso, impõe a ausência de dobra e emenda, ele não muda, não muda por nada desse mundo, para duvidar, nem que seja um tiquinho de nada por dá cá aquela palha, não! Duvidar é sofrer amargamente e carregar o peso das culpas mais espinhosas. Na sua vida o estar agarrado a uma convicção que o faça bom ou mal, melhor ou pior, vale tudo. No fundo, mas não contem isso a eles, os crédulos são os menos dignos de algum crédito!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

171... (B)

Posta enfim de lado essa ingenuidade tão crônica dos crédulos, desses eternos e irrecuperáveis acreditadores, resta-nos a abordagem da malfadada cobiça. E como essa se manifesta, de forma nada saudável? Na contingência de se tirar proveito do outro, de fazê-lo de tolo, de se ser muito mais esperto que o pobre tido por bobo, um troxa, simplório idiota. E então revela-se, de dissimulação a dissimulação, exatamente o contrário. Invertido o jogo, estabelece-se que é a cobiça que ilude à própria vítima; ele é quase um auto-enganado, por pouco. Tênue o auxílio que lhe faz emprestar o estelionatário. Tivesse ele um pingo de pena, só um pingo, e o dono da cobiça ficaria com ela sem prejuízo qualquer, sem machucar-se a si mesmo. Assim é a vida, sim, para quem a vive assim!...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

171... (A)

Nós, cariocas, levamos famas imerecidas, como, por exemplo, de ficarmos o dia inteiro na praia, de sermos irreverentes, folgazões, e muito mais, como fala esquisita, chiada, e tanta coisa que jamais imaginávamos ser ultrapassados por curitibanos num aspecto peculiar. Pois é! Há mais casos em Curitiba de estelionato que no Rio, segundo diário local noticiou há uns dois dias. Que significa isso? Dois aspectos: um mais ameno, outro nem tanto. Que ninguém se ofenda, por favor! O ameno é que existe por essas bandas mais credulidade; o nem tanto que o que acontece mesmo, no fundo, no fundo, é um grau mais acentuado de cobiça... Porque quem mais se deixa vitimar por estelionatários, e eles contam com tal tendência, são os cobiçosos! E agora, hem???

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Di a a a iD

Vi alguma coisa a respeito na rede e decidi escrever também, movido pela obviedade e importância da idéia, do cálculo feito, do constatável e inequívoco que engendram o absurdo. Aí está: o que se pretende empregar de recursos financeiros a salvar instituições bancárias, seus donos, e garantir, sempre por último, empregos e depósitos, investimentos, daria para acabar com a miséria no planeta, com a fome no mundo! Parece-me verdade, crível, a informação; a conta deve estar certa. Ora, então... Pois é! Nunca se quis mesmo pôr fim à desgraça de muitos, de outros, mas aliviar o incômodo apavorado de poucos e de nossos. Somos humanos e não podemos negar: responsáveis por tudo isso que está aí. Não adianta negar, tapar os olhos, ignorar a danação hic et nunc.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Po e sia s

momentos de tristeza
um instante de alegria
copioso flui o choro
numa noite sem fim
o olhar que já sorria
em raios de sol a pino
fonte de nostalgias
graça das novidades
ilusão de haver destino
como força nas idades
vida que tanto encanta
ilumina e então fenece
em suas ambiguidades