A velha era uma verdadeira vaca, daquelas vacas asquerosas, e de que a gente não tem a intenção de se aproximar; aspecto macilento, com aquele falso e dissimulado arzinho de riso, riso amarelado, entorpecido, até amanhecido...; mal encenado, também - riso de uso cotidiano, a enfeiar mais a sua feição, digamos assim, vacuum. E ela não se apercebia do ridículo de insistir no sonho que lhe era exclusivo, sonho besta, portanto, de haver alguma coisa sentimental entre ambos, ou seja, ela e aquele que decidira teimosamente perturbar. A teimosia nada tem de parentesco com a perseverança, pois a teimosia insiste burramente, na fantasia animal, como de uma vaca; insiste tal qual permite a boçalidade em ruminar, só, mais nada. Era, sim, uma vaca, e uma vaca velha e acabada, decrépita. Era...!
2 comentários:
Grande Evandro... fascinante texto.
visualizei e senti asco de imaginar tal criatura. verdadeiramente envolvente em minha razão.
grande abraço
Grande Evandro
Deveras senti asco ao sentir a presença desta repugnante criatura.
seu texto, como sempre, ativou meus sentidos e tocou minha razão.
grande abraço
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