quinta-feira, 9 de outubro de 2008

E melhor ainda...

Daí, claro, há o sujeito que soltar-se ao frescor da existência, abandonar-se à vida livre, desatar-se em favor do conforto do afrouxamento de todas as preocupações que lhe enrugam a testa, deixam os olhos apertados, a boca seca, o coração a palpitar, a respiração ofegante, o tédio presente no bocejo, a tosse da qual a gente se lembra... e aí tosse; as dores (ah, as dores!) – de cabeça, nas pernas, no pescoço e pelo resto do corpo, dores que os analgésicos não calam, mesmo por esganadura ou estrangulamento. Então o jeito é largar-se à deriva, colocar-se ao inteiro dispor do inusitado, fazer-se espuma sobre a onda, que não se incomoda de encharcar a areia da praia, que não se retrai, neurótica, e teme, ou questiona, ou avalia, se molha a areia ou não; grita ou chora.

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