quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Olhôma

Olhei sim, porque já procurava fazia tempo uma tal perfeição; olhei, virei olho, até de tão perto olhei e por tanto tempo que achei defeitos onde então não houvera, e não deveria mesmo haver. Impressão (falsa) minha? Ilusão de ótica, de intenção, ou de perspectiva? Afinal, beleza perfeita existe? Não! O belo não é perfeito e o perfeito de belo nada tem. Olhar insaciável, perscrutador, doente?, paciente, e, que pena, só a buscar (ah, satisfação!) o erro, o arranhão, e a marca. Meu sintoma vagueia, ele cega e faz sonhar, sem que eu me aperceba de que esconde de mim - ele tenta, quiçá - mais do que imagino. Mas uma hora deixa de ter importância... Assim, preciso incentivar isso e pôr de lado o que deveria eu dominar, abandonar, ver deixar solta minha vida - os corpos todos livres.

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