domingo, 7 de março de 2010

A compra

Sabia-se a respeito, é claro; no entanto, a atitude era, digamos assim, bem tolerada. Pegava, todo domingo, entre 15h00 e 16h00, no mesmo supermercado, sem falhas, os produtos mais caros, de maior sofisticação. Colocáva-os no carrinho com cuidado e alegria, seguindo feliz à busca do próximo ítem. Achado ele, o mesmo procedimento. Nada de quantidade; mas a qualidade era inexcedível! O fato é que tão apreciada compra dava, passado certo tempo, em um dos caixas, que passava a caixa de leite, o pão, um suco e a lata de ervilhas - tudo bem modesto. O resto ficava no carrinho. Com dinheiro trocado e amassado pagava e, com altivez, ía para casa a pé, sacola na mão esquerda.

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