sexta-feira, 18 de abril de 2008

Para bens

Não, nada disso! Disse a você que eles não viriam, e, de fato, estamos sós; mas fique tranqüila, menina, pois passarei seu aniversário com você, bem aqui no escuro, distante, ermo, mesmo sem presentes e homenagens, luz, som, gente de toda a sorte (ou azar!), a imprensa... Por que a revolta (e você sempre foi tão inutilmente revoltada, não é?), minha linda pequena? Linda, sim! Mesmo seu corpinho esquálido, sujo, sem sorriso, cabelo ruim, roupas quais farrapos, eu a vejo linda, apesar dos olhos fixos, arregalados, onde antes, só neles e em sua mania de nunca deixar de brincar, um pouco, às vezes, sonhando, havia radiante luz - a vida. Mataram você, não sua memória; ignoram-na e eu a faço lembrar. Uma amiga a chama para seguir caminho? Vá agora, meu amor!...

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