terça-feira, 21 de outubro de 2008

Às vidas!

Eloá, ainda que morta, e mui tragicamente, por seus órgãos transplantados, mercê da generosidade abundantemente rica, ágil, de seus conscientes e solidários familiares, vem a salvar quase uma dezena de pessoas, que, sem isso, poderiam logo chegar à finitude imposta pela enfermidade. O causador de sua morte não impediu a vida. Dizia que a amava, que a adolescente o haveria de amar também e ficar com ele, não lhe dando as costas. De que adiantou seu gesto? Nada aproveitou a seu autor; vai sim acarretar-lhe longa e sofrida estada nalgum ergástulo público, em que será esquecido, caso a ele logre sobreviver... ao ódio próprio da ética dos demais custodiados. Que ironia! Ela o há de amar? A ele, por certo, perdoará. Amor, agora às vidas nas quais faz-se tão presente.

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