quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Furo

Tanta coisa a fazer, e, de repente, adiada a escrita, foi-se a possibilidade de fazê-lo. Apareceu, então, o buraco, a falha, o furo. Refletimos tão pouco sobre isso! Não queremos, na realidade, saber nada de cuidar do problema que acomete a nossa humanidade cortada; questão comum aos que nascem, e morrem, e que se fizeram a poder sobreviver ingressar num ambiente linguageiro, no qual a morte, de tanto nos espreitar na palavra quebrada, na fala entrecortada ou interrompida, no gesto sem alvo, estabanado ou incompleto, no pensamento perdido, até no pesadelo, um dia, de cara conosco, nos acolhe a regressar ou a partir a outro campo, patamar. Sejam dadas graças pelo furo existir! Que intragáveis seríamos sem ele... E fim, por hoje!

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