domingo, 13 de julho de 2008

Fra g mento

Ele pensava até no que pensava, na cama já tão exausta, sem conciliar o sono, que escapara do tanto pensar e só voltaria alta madrugada. "Afinal (e aqui penso eu, não é sempre assim?), por que misteriosa razão parece haver coisas que acontecem por ter mesmo que acontecer?". Cético, ele não organizava a idéia a ponto de concluir, até que do nada brilhou-lhe na mente: "Não acontece o que acontece por ter que acontecer; coisas acontecem a quem pensa assim porque não atrapalham o curso natural da vida; só isso! E aí se explicam desta maneira". Bocejou longamente e ía já olhar o relógio, mas desistiu. "Para que atrapalhar a vida?". Outro bocejo e o sono dado aquele rápido aprendizado surpreendeu-lhe a vigília. É porque tinha mesmo que ser assim... E não é?

Nenhum comentário: