domingo, 20 de julho de 2008

Fra g mento

Y no sentia... Combinara os detalhes da ida a casa, já achada limpa, preparada para receber com correção. Tomara banho; aplicara cremes pelo corpo desejável; separara o vestido; e a maquiagem emoldurava insinuante o rosto. Perfumara-se com delicadeza. Estava alegre, eufórica, porque aquela noite seria linda! Deixara tudo pronto. Na hora certa, tocou a campainha. Luzes apagadas, na sala, sorria, nervosa, coxas a roçar. Bateu à porta com insistência. Como apreciava aquilo... Sorvia o esforço inútil. Até telefonou, o coitado; e ela não atendeu! Aliviada, sentou-se na cama. Deitou-se devagar. Cobriu-se com o lençol de motivos infantis. Enxugou duas lágrimas, mas gargalhou, abraçou a já surrada almofada-coração e, então, dormiu profundamente, apaziguada em sua doce inocência...

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