quarta-feira, 2 de julho de 2008

Saudade

A saudade, convenhamos, é uma presença; a ausência em si é meramente acessória, incidental - uma presença que adere e que segue conosco, da cama para o banho, daí para o trabalho, e para a mesa, então para casa e novamente para a cama, até amanhã de manhã. Não se sente saudade de qualquer pessoa..., mas só de quem se ama, que se quer não-ali, claro, porque ao lado, a um toque do celular, à vista, sabidamente onde se tenha como achar, ainda que distante. E o que é a distância hoje? Desde que haja acessibilidade, nada ou muito pouco! Quem resta inacessível, mesmo perto, faz presença. Tolera quem ama a presença assim do amado, suporta e dá conta, se animado pelo retorno ao seu status quo ante, de não (estar) ali. Se há volta, já se posiona o encontro.

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