quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Uns pensares soltos 3

Ah, que vontade de subverter o mundo, a vida, tudo enfim, e eu mesmo! Ah, que presente adorável e precioso um futuro inesperado me daria e me dará se eu não me puser a tentar encaixá-lo em algo já previsto, adrede preparado – receita do erro mais comum, e tolo, a qualquer prazo... A virtude da insubmissão; o pecado de ser certinho; a canalhice de boa-fé; a safadeza pura, quase santa. Onde me escondi, em que canto da sala? Em algum quarto, e debaixo de que cama? Se eu soubesse, jamais teria aberto mão, teria sim dito sem me importar, voltaria e continuaria olhando, teria descoberto mais cedo, aos risos de gozo, que os mistérios são sabidos e os sabidos têm mistérios. Você não me teria escapado, e eu luto bastante para fazer o luto de ter te perdido, num instante...

Nenhum comentário: