Aqueles olhos negros, vivos, radiantes, roçavam os dele, que, do todo, um pouco percebia. Embevecidos, atentos, com aquela agilidade, falavam bem mais alto que a boca de lábios tão róseos e perfeitos, que ele daria a vida para tocar com os dele, e beijar como se ali se fixasse a eternidade, num só momento de magia abraçada à realidade. Seus cabelos, suas mãos, sua pele, e o que não há como nomear senão de modo direto, sua alma, o aprisionavam na liberdade de lançar-se nos braços do que possuia a certeza de sentir como seu motivo de ser e querer para com ela repartir, dela recebendo o mesmo. Tanta coisa entre eles a construir e sendo de fato construído, passo a passo, um de cada vez, um de cada um; ele sem pensar tanto, ela mais cautelosa, e mesmo assim a se unirem.
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